sexta-feira, 10 de abril de 2009
Frase do dia
Clarice Lispector
“O Nemesis” e “O Rei da Montanha”
Fernando Farah
A que abismos o inconsciente pessoal e coletivo identificam-se na vastidão da natureza humana? O que nossas impressões podem significar, que lugar os cabe, estampada em preto e branco pela técnica artística?
Desde criança, senti uma solidão de espírito, numa localização “cósmica” (caberá esta palavra?) própria e inatingível. Fingia felicidade, quando a dor era tão profunda e enigmática. “O Rei da Montanha” destaca este ser triste, perplexo, desorientado, emocionalmente arrasado (inclusive por estar vivendo sozinho em outro pais) e confiando em alguns amigos e na intuição.
Intuição. Este conceito deveria ser mais valorizado. Foi ele que me guiou pelas veredas de meus “poemetos”. Intuição, desorientação e um sonho de comunicar-me, ate ali, inescrutável. Não sei o que seria de mim sem escrever, sem repartir o pão de minhas ruminancias.
Mas, quais ingredientes estão presentes no vocabulário conceitual de meus livros?
Em primeiro lugar, talvez, tenha sido musica, um refugio para minha mente. Meu texto procura o ritmo da musica.
* * *
Por outro lado, sempre tive facilidade em escrever. Desde criança, na escola, no Britannia, expunha minha perplexidade, humor negro e ironia. Eu enxergava coisas, ainda no primeiro grau, que outros não viam, o que, de certa maneira, me reconfortava e me orgulhava.
Ao mesmo tempo, sempre me senti atraído pelo “experimento” por, de certa forma, “arriscar”, no sentido de ultrapassar as linhas dos horizontes, sentir o frescor da arte vanguardista. E, assim, deste modo, me tornei, eu mesmo, vanguardista.
Sim, pois antes de meus dois títulos, não havia nada parecido. De fato, a linguagem que utilizo e’ nova. Sao poemetos na sua maioria, ou seja, poemas em forma de prosa.
Sao também “biografemas”, na medida em que “pedacos” de pensamento sao registrados alegoricamente através de “anátemas”, uma nova figura de linguagem. Biografemas sao o registro de uma experiência, de uma vivencia, de uma historia. Quando em sua maior felicidade, ouso dizer que tratam-se de pequenos “milagres”.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Poema de Adriana Monteiro de Barros
Para Clarice Niskier
Não aprendi a me conter.
Ainda vazo. Infiltro.
Ainda derramo.
Deságuam em mim correntezas.
Mar aberto. Rios sem margens.
Viver é ato contínuo.
Forma de eternizar o presente.
E há muitas formas.
Todas elas me cabem.
Todas elas existem.
Umas desfolham. Outras me vestem.
Umas, outono. Outras, inverno.
Certas estações me vertem, sendo água.
Certas pessoas me transpiram, sendo quentes.
Acho que meu fluxo brota em letras.
Depois de escrever, eu jorro para o mundo.
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Jardim Interior de Mario Quintana (1906-1994)
com altos muros de um cinza muito pálido,
onde uma fonte
pudesse cantar
sozinha
entre o vermelho dos cravos.
O que mata um jardim não é mesmo
alguma ausência
nem o abandono...
O que mata um jardim é esse olhar vazio
de quem por eles passa indiferente.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Trecho do livro "A felicidade, desesperadamente" de André Comte-Sponville
domingo, 23 de novembro de 2008
Lembrar de Adriana Monteiro de Barros
mas ainda ando
me dilacerando,
mas ainda amo,
te procurando,
mas ainda...
ando só.
sábado, 22 de novembro de 2008
Bispo do Rosario
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Hai kai de luliX pandaglia
malabaris astrais,
palhaçadas monumentais.
Ando na corda bamba
e tento não cair na lama.
Penso logo num samba.
A PÉROLA E A OSTRA de Luciana Dau
E a ostra?
Do oceano de Deus
Assim como tu e eu
Tuyuyus, araras e fariseus
A ostra e eu...
Oceano Atlântico, Mar Morto e Mar Egeu
E eu?
Uma pérola,
uma jóia em extinção.
Alvaro de Campos
Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.
Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir.
Vida imprecisa
Mais um Magritte...
frase do dia...
Em breve, a nossa querida cantora Beth Sena estará "bombando" nas paradas de sucesso
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Desconhecido
And what do I see?
A strange looking person
That cannot be me.
For I am much younger
And not nearly so fat
As that face in the mirror
I am looking at.
Oh, where are the mirrors
That I used to know
Like the ones which were made
Thirty years ago?
Now all things have changed
And I'm sure you'll agree
Mirrors are not as good
As they used to be.
So never be concerned
If the wrinkles appear
For one thing I've learned
Which is very clear:
Should your complexion
Be less than perfection,
It is really the mirror
That needs correction
NEO LÍNGUA
Seu prazer estético é produzido pela (re) abertura de nossa percepção, inevitavelmente limitada e anquilosada pelo uso das regras sociais e compartilhadas de comunicação. Só os poetas, loucos de todos os gêneros, e marginais sociais (não confundir com bandidos e mal intencionados) são capazes de romper com os limites do senso comum para transitar pelos domínios desta não regra, conhecida apenas dentro de si mesmo, como durante nossos sonhos, mas esquecida logo após o despertar...
Contra a mera escrita livresca e a erudição racionalista... Artaud !!
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
O Monstro
terça-feira, 18 de novembro de 2008
O novo livro de Fernando Farah - O Nemesis.
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Vida
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Emygdio de Barros
Em 1947, já no Hospital de Engenho de Dentro onde realizava trabalhos subalternos (carregar roupas sujas da enfermaria para lavanderia, por exemplo), após 23 anos de internação Emygdio começou a freqüentar o ateliê da Seção de Terapêutica Ocupacional.
Apesar dos longos anos de internação em condições adversas e sem nunca haver pintado antes, seu trabalho atinge desde o início alto nível artístico, revelando talento incomum.
Suas obras, desmentindo os preconceitos dominantes na psiquiatria, foram desde logo aceitas no mundo da arte. Mário Pedrosa, Almir Mavignier, Abraham Palatnik entre outros, visitavam-no freqüentemente. Mesmo quando saiu do hospital (1950) para residir com parentes em Teresópolis (RJ), continuaram a levar-lhe estímulo e material de pintura.
Em 1965 foi reinternado. Depois, vai para uma clínica geriátrica, mas volta a freqüentar regularmente o Museu de Imagens do Inconsciente, onde pinta até o seu falecimento (92 anos, 1987). Deixou no acervo do Museu um legado de cerca de 3.300 obras. " Texto e imagem do site.
Leonardo Da Vinci já dizia...
"The potencies are four: memory and intellect, appetite and concupiscence. The two are of the reason, the others of the senses."
"Ask advise of him who governs himself well."
"If you governed your body by the rules of virtue you would have no desire in this world."
Notebooks of Leonardo da Vinci - Chapter IV -III. Life of the spirit p. 280
Oxford University Press
Pintura - Madonna Litta 1490-91
Se alguém duvida que ficar esquizofrênico faz sofrer...
http://br.youtube.com/watch?v=0dbI31XQ2Ow
Fayga Ostrower
"Introduzo Fayga Ostrower (1920-2001) através de um trecho do poema que Carlos Drummond de Andrade (2002, p. 767) escreveu sobre essa notável mulher.
Fayga Ostrower
Fayga é um fazer,
filtrar e descobrir
as relações da vista e do visto
dando estatuto à paisagem
no espaço: viver
é ver sempre de novo
a cada forma
a cada cor
a cada dia
o dia em flor no dia.
Artista plástica, sensível pensadora, transmitiu através de suas obras escritas e plásticas o valor do nosso potencial criador. Sua contribuição para a educação foi inestimável, apontando para as imensas possibilidades do ser criativo.
“A percepção de si mesmo dentro do agir é um aspecto relevante que distingue a criatividade humana.” (Ostrower, 1987, p.10)
(...)
A autora revela o potencial criador como algo que pertence a todos os seres humanos. Destaco sua definição de criar, assim como os vários aspectos relacionados ao ato de criação: seu significado, a intuição, a sensibilidade.
“Criar é, basicamente, formar. É poder dar forma a algo novo. [...] O ato criador abrange, portanto, a capacidade de compreender; e esta, por sua vez, a de relacionar, ordenar, configurar, significar” (Ostrower,1987,p.9)
O processo de criação se dá no campo da intuição. Toda a experiência humana, inclusive a racional, está ligada à intuição. A criação está intimamente vinculada à sensibilidade.
"Inata ou até mesmo inerente à constituição do homem, a sensibilidade não é peculiar somente a artistas ou alguns privilegiados. Em si, ela é patrimônio de todos os seres humanos. Ainda que em diferentes graus ou talvez em áreas sensíveis diferentes, todo ser humano que nasce, nasce com um potencial de sensibilidade”.(Ostrower,1987, p.12)
Trecho monografia Criatividade, meditação e psicoterapia. L.B.Dau PUC-Rio 2004
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Estudo existencial da sanidade e da loucura
De Ronald D. Laing
Resenha de Luciana Bouças Dau
1. Introdução
O Eu Dividido – Estudo existencial da sanidade e da loucura ( 1960 ), de Ronald David Laing é um livro que modifica o nosso olhar e atitudes em relação à loucura e principalmente à compreensão do ser esquizóide e esquizofrênico.
Ele rompe com os velhos jargões da psiquiatria clássica, assim como os da psicanálise. Questiona o vocabulário técnico dizendo que servem para isolar ainda mais o doente. Essas terminologias se referem ao homem como um organismo isolado e não uma pessoa relacionada essencialmente com o outro e com o mundo. Afirma de forma contundente que tanto a psiquiatria quanto a psicanálise não conseguiram compreender um único esquizofrênico.
Influenciado pela filosofia, Laing propõe uma linguagem fenomenológica existencial, para explicar o processo de enlouquecimento. Mas, foi principalmente com sua sensibilidade, intuição e apurado senso de observação que ele pode de fato ter acesso a esse universo hermeticamente fechado.
Diz que o comportamento do esquizofrênico pode ser visto de duas formas: como sintoma de uma doença ou como a expressão de sua existência. Sua tese se baseia na compreensão e verdade existencial do indivíduo. Essa ciência tem a tarefa de articular o que é o mundo do outro e a sua maneira de nele se encontrar. Diz que precisamos olhar essa pessoa do ponto de vista do seu mundo e não dentro de nosso próprio sistema de referências.
Declara que ninguém sofre de esquizofrenia. “A pessoa é esquizofrênica. O esquizofrênico precisa ser conhecido sem ser destruído. Devemos reconhecer o tempo todo sua singularidade e diferença, sua separação, solidão e desespero.”
Esse livro continua sendo ousado, pelas duras críticas e por apresentar “uma ciência da pessoa baseada na construção existencial fenomenológica que é uma dedução da maneira como o outro está sentindo e agindo”.
É extremamente interessante e original a forma como ele nos conduz a esse universo existencial. Através de sua narrativa e das falas de alguns pacientes, Laing proporciona um mergulho profundo no mundo esquizóide e esquizofrênico: no eu dividido.
2. Desenvolvimento
O livro é dividido didaticamente em três partes. Na primeira, Laing expõe os fundamentos existenciais e psicológicos da pessoa. Diz que só é possível entender a evolução da psicose a partir da compreensão de uma posição básica existencial de insegurança ontológica.
Define o ser do ponto de vista da segurança ontológica, “como uma pessoa que tem um entendimento de sua presença no mundo como uma pessoa, viva, completa e, no sentido temporal, contínua.” Capaz de viver no mundo e se relacionar com os outros, considerando- os reais, vivos, completos e contínuos. Pessoas aptas à enfrentarem os desafios da vida.
A insegurança ontológica primária se caracteriza pela perda do senso de realidade. “O indivíduo poderá sentir- se mais irreal do que real, literalmente falando, mais morto do que vivo; precariamente diferenciado do restante do mundo, de modo que sua identidade e autonomia estejam sempre postas em dúvida.” Uma pessoa assim, provavelmente se sente sem consistência, sem substância, com o eu separado do corpo, dividido. Incapaz de se aceitar como uma pessoa boa, pura, com valor. Se sente culpada, sem direito à vida.
“Como pode uma pessoa assim tão insegura, viver num mundo “seguro”? Esse indivíduo, para ele, vive tentando preservar sua identidade para impedir a perda do seu self. Se isola, e passa “a viver em seu mundo”. Não consegue compartilhar com os outros.
Caracteriza três formas de ansiedade enfrentadas pela pessoa ontologicamente insegura: absorção, implosão e petrificação.
Na absorção a pessoa tem medo de qualquer relacionamento com qualquer outra pessoa ou coisa e até de si mesmo, com medo da perda de sua autonomia e identidade. “A principal manobra usada para preservar a identidade sob pressão do temor da absorção é o isolamento.” Esse indivíduo receia ser envolvido, amado e engolido. Por isso, para ele odiar seja mais fácil do que amar.
Qualquer contato com a realidade é sentido por ele como uma terrível ameaça. Se sente vazio, apesar de desejar ser preenchido. Na implosão ele sente um pavor de que as coisas da vida entrem nele e destruam sua identidade. É exatamente esse medo de ser preenchido que o afasta do mundo.
A terceira forma de ansiedade é a petrificação e despersonalização. Na petrificação a pessoa sente o terror de se transformar em pedra. Medo de se transformar ou ser transformada, de passar de pessoa viva em algo morto, de ser um “objeto sem subjetividade”.
A “Despersonalização é uma técnica universalmente utilizada como meio de lidar com o outro quando ele se torna demasiado cansativo ou perturbador.” Mas, a pessoa ontologicamente insegura se sente despersonalizada e despersonaliza os outros.
Laing define na segunda parte do livro conceitos importantes como: o self encarnado e desencarnado, o self interior na condição esquizóide, o sistema de falso self, autoconsciência ( self- conciousness ) e finaliza apresentando o caso de Peter.
Na terceira e última parte, ele demonstra através de alguns casos a evolução psicótica, o self e o falso self no esquizofrênico e um estudo da esquizofrenia crônica intitulado “O fantasma do jardim abandonado”.
Para o autor, existe um ponto de partida na transição da sanidade para a loucura que se caracteriza por uma “forma particular de posição esquizóide existencial”. Uma pessoa com o self nessa posição não consegue se relacionar com os outros e com o mundo. Teme perder sua identidade e autonomia. Se isola do relacionamento direto com os outros para se proteger e proteger o mundo de suas insistentes ameaças, voltando- se para si mesma. Outras funções desse self são a fantasia e a observação.
O self esquizóide vai sofrendo sérias transformações, se tornando cada vez mais fantasiado, volatizado, irreal, dividido, vazio, pobre, morto, assim como, cheio de ódio, medo e inveja. Passa a ser qualquer pessoa na fantasia e ninguém na realidade. Tudo passa a ser possível. Cita o caso de James, um rapaz de 28 anos que acreditava ser alguém especial, com poderes sobrenaturais, uma reencarnação de Buda ou Cristo.
O relacionamento dessa pessoa com os outros e o mundo é feito através do sistema de falso self. Ele se apropria do conceito de falso self de Winnicott e desenvolve toda a sua teoria. Laing afirma que é somente através desse sistema que se pode explicar à psicose.
O falso self para uma pessoa ontologicamente segura é uma forma de defesa, uma máscara. O self e o corpo estão unidos, mas para a pessoa esquizóide eles estão separados. O corpo foi delegado ao sistema de falso self, e é através desse sistema que ele se relaciona com as pessoas e a vida. Esse indivíduo se sente como um mentiroso, um ator. Muitas vezes, ele representa um papel que ele acha que os outros querem que ele desempenhe.
Uma pessoa que consegue preservar o sistema de falso self, pode conservar uma aparência normal e por detrás, pode estar se processando uma psicose. “Esse ajuste aparentemente normal e bem sucedido é concebido pelo seu verdadeiro self como um fingimento cada vez mais vergonhoso e/ ou ridículo.” Cita dois casos de pessoas que pareciam normais e um dia repentinamente “surtaram”.
3. Conclusão
É fundamental que o terapeuta se despoje de todos os conceitos e pré- conceitos a respeito da psicose e procure embarcar nessa “viagem ao centro da loucura” sem perder à sua sanidade. Laing acredita que todo ser humano possui um núcleo psicótico. E que nem toda pessoa esquizóide é doente. Existe uma forma sadia de ser esquizóide.
A tarefa do terapeuta é tentar fazer contato com o self original, “trazendo- o de volta a uma vida praticável”. O amor do médico é fundamental nessa relação. Um amor capaz de aceitar o outro sem qualquer limitação. Laing cita uma declaração de Jung de que o esquizofrênico deixa de sê- lo quando encontra alguém que o compreende.
Escolhe o caso de Joan, registrado por dois psiquiatra americanos para confirmar surpreendentemente suas idéias sobre à psicose.
Joan: “Ser louco é como um desses pesadelos em que você tenta gritar por socorro e nenhum som sai da boca. Ou, se consegue chamar, ninguém ouve ou compreende. Não se pode despertar do pesadelo, a menos que alguém escute e o ajude a acordar.”
“O esquizofrênico, portanto, precisa fazer três coisas ao mesmo tempo: tentar chegar ao seio, mas também tentar morrer, enquanto uma terceira parte dele procura não morrer.”
Transcreverei também a fala de Rose, paciente de Laing que descreve de forma impressionante o que é ser esquizofrênico: “As idéias continuam e eu estou me afundando. Meu verdadeiro self mergulhou – costumava ficar no meu pescoço, mas agora desceu mais para baixo. Estou me perdendo a mim mesma. Ele está mergulhando cada vez mais. Quero falar- lhe, mas tenho medo. Minha cabeça está cheia de pensamentos, temores, ódios, ciúmes. Não posso dominá- los todos. Não posso agarrar- me a eles. Estou por detrás do meu nariz – isto é, meu consciente encontra- se alí. Estão rachando a minha cabeça ao meio – isso é esquizofrênico, não é? Não sabem se tenho ou não esses pensamentos. Creio que eu os imaginei na última vez, a fim de ser tratada. Ah, se conseguisse gostar e amar novamente, em vez de odiar. Gostaria de gostar das pessoas, mas quero odiá- las. Estou matando a mim mesma também.”
Laing, através desses e outros depoimentos, nos envolve de tal maneira que passamos a sentir e compreender o esquizofrênico. Cria uma teoria fantástica, confirmando- a na prática clínica. Proporciona uma leitura acessível à pessoa comum e especializada. Revela extraordinariamente o desespero e a solidão impostos por essa condição do ser. Como se essas pessoas vivessem num “eterno filme de terror”. Esse livro representa uma “Luz no fim do túnel”.